quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

A codificação CIE

A Comissão Internacional da Iluminação (CIE) definiu por isso padrões que permitem definir uma cor independentemente dos periféricos utilizados. Para este fim, o CIE definiu critérios baseados na percepção da cor pelo olho humano, graças a um triplo estímulo. 
Em 1931, o CIE elaborou o sistema colorimétrico xyY, que representa as cores de acordo com a sua cromaticidade (eixos x e y) e a sua luminância (eixo y). O diagrama de cromaticidade (ou diagrama cromático), com origem numa transformação matemática, representa na periferia as cores puras, ou seja as radiações monocromáticas que correspondem às cores do espectro (cores do arco-íris), localizadas pelo seu comprimento de onda. A linha que fecha o diagrama (que fecha as duas extremidades do espectro visível) chama-se direita do púrpuros, porque corresponde a cor púrpura, composta das duas radiações monocromáticas azuis (420 nm) e vermelhas (680 nm): 
Contudo, este modelo de representação meramente matemático não levava em conta fatores fisiológicos de percepção da cor pelo olho humano, o que resulta num diagrama cromático que deixa, por exemplo, um espaço muito grande para os verdes.
Em 1960 o CIE criou o modelo Lu*v*. Este modelo caiu em desuso após aprovação e implementação do modelo CIE/Lab, em 1976.
Modelo CIE/Luv, 1960
Por último, em 1976, o CIE desenvolve o modelo colorimétrico La*b* (também conhecido sob o nome de CIELab), no qual uma cor é localizada por três valores:

  • L, a luminância, expressa em percentagem (de 0 para o preto a 100 para o branco)
  • a e b duas gamas de cor que vão respectivamente do verde ao vermelho e do azul ao amarelo com valores que vão de -120 a +120.


O modelo CIE/Lab cobre assim a integralidade do espectro visível pelo olho humano e representa-o de maneira uniforme. Permite por conseguinte descrever o conjunto das cores visíveis, independentemente de qualquer tecnologia gráfica.
Vejam em uma outra representação gráfica, imagindo-se uma imagem tridimensional, como fica fácil entender o modelo:

O canal L (que varia de 0-preto a 100-branco), que guarda as informações de luminosidade, e os canais a e b comportam a informação de cor. Em a, valores positivos indicam magenta e negativos verde, enquanto em b, valores positivos indicam azul e negativos amarelo.
Na prática, seguindo as orientações do modelo, a comunicação sobre diferença de tonalidade (dH), deve ser a apresentada no gráfico acima. Esta é só um de vários aspectos práticos do uso do modelo CIE/Lab.
O modelo CIE/Lab compreende a totalidade das cores RGB e CMYK, razão pela qual softwares como o PhotoShop utilizam este modo para passar de um modelo de representação a outro.
Trata-se de um modelo muito utilizado na indústria gráfica.
o facto de se utilizar o CIE/Lab, garante que uma cor criada de acordo com este modelo será vista da mesma maneira por todos, em qualquer lugar. Por isso dizemos que cada cor tem o seu próprio RG.

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